(por Juliana Diógenes/O Estado de São Paulo)
Atenção. Sua atenção está 100% neste texto ou nas contas para pagar, na chateação com alguém ou nas preocupações com o trabalho? E em que momento do dia a sua atenção deixa de ser para si mesmo e passa a ser para o outro, para ouvi-lo, entendê-lo e até mesmo amá-lo, sobretudo quando o outro é um desconhecido?
Após a era da autoajuda e do coaching, caminhos autocentrados no eu, o desafio de nos tornarmos pessoas melhores para os outros é a proposta do escritor Alex Castro. Em outras palavras, sai de cena a autoajuda e entra a “outroajuda”, termo criado por Castro, escritor de ficção, zen-budista e membro da Ordem dos Pacificadores Zen.
Em São Paulo, Atenção. (Rocco) foi lançado no último fim de semana. O próximo lançamento será em Belo Horizonte, no dia 6 de abril, às 18 horas, na Livraria Leitura do Shopping Boulevard.
Sim, o título tem um ponto final: a ideia é intrigar e incomodar. “Achei que se colocasse só Atenção ia parecer placa de aviso. Além disso, o ponto cada vez mais virou agressivo. Falamos muito no chat e não colocamos o ponto final. Muitas vezes, quando pomos o ponto final, estamos dando ênfase ao fim do papo. É mais enfático. Então, coloquei o ponto para ser menos fofo. Não é um livro de fofura. É um livro político, para incomodar. Então, é atenção ponto”, explica.
Inspirado na filosofia de Simone Weil e na prática do budismo engajado, o livro explora a atenção como instrumento de ação política, e não como ferramenta única e exclusiva do próprio autodesenvolvimento.
Na obra, Castro – que dispensa a classificação de “mestre” – apresenta 20 práticas que podem ser aplicadas diariamente e que procura realizar. Entre elas: exercer a não opinião, manter um olhar generoso, acumular menos e aceitar a realidade. Segundo o escritor, o livro é de ficção e não se baseia necessariamente em experiências pessoais.
“Sou um artista, escritor de ficção e contador de histórias. No livro, conto histórias em primeira pessoa que não necessariamente aconteceram comigo. O livro é feito de ideias. A proposta é que o leitor desencane de mim e pense no sentido daquelas práticas para a vida dele”, diz.
Atenção. se resume em uma frase: sem atenção, não há cuidado. Sem atenção ao outro, você não pode cuidar dele – do contrário, vai achar que está ajudando, praticando caridade, mas na verdade estará somente abastecendo o próprio ego, defende Castro. E cuidar dos outros, para o escritor, é um ato político. Por vezes, não é preciso dinheiro, doação de roupa ou de sangue: basta atenção ao outro.
Em conversa com o Estado, o escritor falou fez críticas à onda de autoajuda – que, para ele, têm nos feito olhar para nós mesmos e nos isolarmos sem observar o vizinho – e também ao ideal da empatia, que estariam nos despertando simpatia somente aos que são semelhantes a nós, e não ao diferente.
1. Como surgiu a ideia do livro e por que chamar atenção para o outro?
Meu livro anterior se chama Outrofobia. É um livro sobre racismo, machismo gordofobia, transfobia, e outros tipos de preconceito. Inventei esse nome outrofobia porque muitas vezes eu queria falar sobre todos esses preconceitos ao mesmo tempo porque são muito parecidos e não tinha um termo que englobasse todos. Criei o termo outrofobia, que é o conjunto de fobias que inclui todos eles. E comecei a escrever bastante sobre o assunto. Também comecei a perceber que toda outrofobia sempre acaba sendo fundada em uma falta de atenção ao outro. A outrofobia se funde em um privilégio e o privilégio é o que você não vê. Se sou um homem, posso fazer cooper às 5 horas da manhã sem pensar duas vezes. Mas para quem não é homem, isso é um privilégio. Porque uma mulher, para fazer cooper às 5 horas da manhã, tem que pensar numa estratégia. Será que é seguro? Tenho companhia? Para começarmos a trabalhar a outrofobia, precisamos enxergar o outro. Portanto, se você é homem, provavelmente nunca foi cantado na rua. Então, você não sabe como é a exposição de andar na rua e levar cantada. Como vai superar isso? É prestando atenção no que a mulher está passando. Quando a mulher fala de uma violência que ela viveu, é para ouvir. Outro exemplo: se você branco, provavelmente levou duas duras da polícia em toda a vida, se é que levou. Seu amigo negro leva dura duas vezes por semana. Eu que sou branco nunca tive acesso a isso. Como vou trabalhar essa questão? No mínimo, o primeiro passinho é prestando atenção nessas pessoas que têm experiências que eu não tenho, que passam essa violência pela que eu não passo, que sentem dores que eu não sinto. Aao escrever sobre essa outrofobia, eu vivia sempre batendo nessa questão da atenção, a atenção ao outro como primeiro passo para a gente poder começar a pensar no que vai fazer efetivamente.
A outrofobia é o problema, a atenção é a ferramenta e o cuidado é a solução. Preste atenção ao outro para descobrir como vai cuidar. Somente por meio da atenção às outras pessoas é que a gente vai saber como cuidar delas. Muita gente quer cuidar sem prestar atenção. Se você cuida do outro sem prestar atenção ao outro, acaba fazendo coisas nocivas. Mas se você presta atenção e não cuida,adianta nada. É como dar like no Facebook. Os dois têm que andar juntos. A gente presta atenção para cuidar. Ao começar com textos políticos, comecei a ver que prestar atenção ao outro é o primeiro passo necessário para qualquer ação política. O budismo engajado, que defende estar presente com muito engajamento em prol do outro, me deu bases para poder criar essas minhas práticas de atenção.
2. Você pode dar um exemplo sobre como cuidar do outro sem prestar atenção nele pode ter consequências nocivas?
Se você cuida sem prestar atenção, vai estar cuidado dos seus próprios problemas. Para cuidar do outro, tem que estar plenamente com o outro. Por exemplo, esses dias eu estava andando com uma amiga que estava com um sanduíche do Mc Donald’s e não quis mais. Ela ofereceu para um mendigo, que negou porque disse que não comia Mc Donalds. Ela ficou enraivecida. Não considerou em momento algum o gosto dele. Ela só queria desovar. Se a pessoa gostasse ou não, não era um problema dela. A empatia está muito na moda hoje. Falam muito de empatia o tempo todo. No livro, não falo contra a empatia. Falo que a empatia por si só não adianta nada. A gente precisa direcionar a empatia. O grande problema da empatia é que ela é muito emotiva, passiva e ativada pela proximidade. A gente sente empatia se morrem 200 mil pessoas em uma enchente na China. Isso é ruim. Mas se morrem duas mil pessoas atropeladas onde a gente mora, o problema é muito maior porque é o nosso bairro, eram as pessoas para quem a gente dava oi, que morreu naquele chão onde paso todo dia. A empatia é muito fácil de se manipular. Óbvio que a gente sabe que 200 mil pessaoas morrendo na China é muito pior do que duas mil na rua. Mas é mais fácil se emocionar mais por pessoas que morreram na nossa rua. A empatia tem um limite. Se a gente não treinar essa empatia para olhar para o outro e para fora, a gente sempre vai ter empatia pelas pessoas que parecem com a gente, que falam a nossa língua. Ter mais empatia não vai mudar o mundo porque vou continuar tendo empatia pelas pessoas que sempre tive, só que um pouco mais. É muito possível eu ir para uma cabana no meio do mato, isolado, sem contato, e eu sentir de verdade toda a empatia por todos os problemas do mundo. Posso ficar no meio do mato borbulhando de empatia. A empatia é legal e importante, mas 1. Se for voltada para outro e 2) Se levar a alguma ação política, social e concreta. É por isso que devemos tirar o foco da empatia e falar mais de atenção e cuidado. Você presta atenção ao outro para poder cuidar do outro. E quando falo que cuidar sem atenção pode ser nocivo ou não, é ter muitas vezes a necessidade grande de ajudar e fazer coisas pelos outros, mas nunca perguntar para esse outro se aquilo é o que ele quer, é o que outro precisa. No livro, eu falo pró-generosidade. A caridade é sempre de cima para baixo porque você sempre é caridoso com alguém que está abaixo de você, mas generoso não. Você pode ser generoso inclusive na derrota. Você pode ser generoso com a pessoa que você acha que está acima de você. O fato de ser generoso com o outro não implica uma relação de poder ou até discrepância social. No livro, tem uma prática que é: ter um olhar generoso. Como a gente consegue pensar no outro de forma generosa, que é vendo-o como uma pessoa?
3. Em quais experiências você se baseou para criar as 20 práticas de atenção?
Como falei, comecei escrevendo sobre outrofobia e comecei a dar palestras sobre o assunto. Antes das palestras, eu perguntava quem aquelas pessoas eram, por que estavam ali, o que as tinha trazido ali. E isso era muito mais legal do que o que eu tinha para falar. Aquelas coisas que eu tinha pra falar, de machismo e racismo, já estavam na Internet, em pesquisas e no livro, mas o que cada uma daquelas pessoas trazia da sua própria vida, ao falar por que estavam ali, o que estavam buscando e como chegaram naquele momento era muito mais interessante. Essas palestras foram pouco a pouco ficando cada vez menores para as pessoas poderem ficar cada vez mais tempo falando quem elas eram. Gradualmenten esse encontro virou um encontro que chamo de escutatória. As pessoas falavam sem ser interrompidas. A fala correta, o manter silencio e a atenção são muito importantes na minha vida e fazem parte da minha prática no templo. Fui trazendo isso pra guiar as conversas com aquelas pessoas, oito aos atrás. Fui colocando algumas regras para ajudar o fluxo e criei as práticas de atenção. Nesse encontro, a gente pratica o que está neste livro. O livro surgiu dos encontros, que é mambembe por definição. Não tenho agente, nem contrato. É um encontro que faço no quintal das pessoas, no chão da sala de alguém. Tem gratuidade. E as pessoas pagam o que quiserem. Muitas não pagam. E isso faz parte da minha prática zen. Muitas pessoas oferecem de fazer em escritório, sala de reunião… Eu agradeço, mas não aceito porque o clima não é conivente. Não quero falar em lugares de negócios. A vibe é anticonsumismo.
4. O que você acha que nos barra de olharmos para o outro com atenção e cuidado?
O livro vai em uma projeção. Se não me engano, a última ou a penúltima prática é desapegar do eu ou o ego. O grande problema é a impotância que a gente dá para essa coisa enorme, incrível e maravilhosa que a gente chama de si mesmo. É difícil se preocupar e se engajar politicamente com o outro se a gente está sempre tão preocupado com a entidade que tem de ser promovida e divulgada. Será que essa pessoa acha que sou gostosa e inteligente? Será que não gosta de mim? Se fala mal de mim, tenho que falar mal dele. Todas essas loucuras cruéis que a gente faz com o outro vêm desse eu. Porque a gente acha que existe essa entidade concreta do eu que tem de ser protegida a todo custo. Tenho que fazer coisas para proteger e fico muito absorvido. O grande problema é que muitas vezes no Ocidente, como a gente é muito egocêntrico, o budismo acaba virando uma ferramenta egocêntrica. Muita gente usa o budismo para virar um executivo mais dinâmico, para ficar mais em paz. Tudo eu, eu, eu. No ocidente, o busimo é muitas vezes usado para fins de fortalecer o eu ao invés de desapegar do eu. É por isso que acho muito importante falar de budismo engajado. Meu livro é de budismo engajado porque a gente se desapega do eu olhando para outro, quando você de fato está presente politicamente para o outro. Ao fazer isso, o seu eu some. As duas coisas acontecem ao mesmo tempo. Eu sou artista e escritor. Tenho um ego gigantesco. Estou nesse caminho e fiz este livro porque tenho um ego gigantesco e estou tentando trabalhar isso todo dia. Por exemplo, eu falar com você para promover o meu livro e o meu nome… Olha que ego. Tudo ego. Mas falar com você pode fazer com que mais pessoas leiam o livro e isso as ajude a desapegar do ego. Mas muitas vezes estou indo no caminho oposto. É uma coisa bem contraditória escrever sobre isso e tenho bastante noção da contradição. Vou passar a tarde varrendo o templo para compensar. Eu, como artista e zen budista, acho muito importante estar disponível e aberto para as pessoas. Tenho um horário de visitas na minha casa. É de segunda à sexta, das 17h às 19h. Nessa hora, qualquer um que queria me visitar eu recebo, falo, converso e escuto. Quando chega alguém que não conheço e nunca vi, que tem problema e quer conversar, ela fala comigo por horas e conta coisas importantes. Fiquei duas horas sem pensar em mim. Durante 2h ou 3h a pessoa ficou na minha casa e me coloquei 100% presente e disponível para ela. Com ela, foi fácil conseguir desapegar do meu eu. Porque eu estava realmente ali, 100% com ela, ouvindo, presente naquilo que ela estava me trazendo. A penúltima prática do livro é desapegar do eu. A última é dar um passo, fazer alguma coisa politicamente pelo mundo. O livro caminha para isso. Vai dando mais e mais atenção para o outro. Não digo o que as pessoas têm que fazer porque não sei o que fazer. Mas a gente tem que fazer alguma coisa de política no mundo e de engajamento no mundo. Cada um vai saber o que fazer dependendo da sua vontade e da sua capacidade. O problema é o eu. E se você de fato se engaja no outro você consegue desapegar do eu, você consegue fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Se você está meditando sozinho, só você e você, naturalmente o seu foco vai ser em você. É muito difícil meditar sozinho com o foco no outro. O importante é ter esses dois processos simultâneos.
5. Como incorporar a sua proposta de atenção como hábito, e não como modismo que funciona pontualmente para determinado momento ou dificuldade?
O objetivo de qualquer jornada espiritual é virar sua vida de cabeça para baixo. Se você pratica no tembplo, se você medita no templo, se você fez peregrinação à Índia, trouxe Buda, colocou na sua sala na Vila Madalena, mas sua vida continua rigorosamente igual, trabalhando, falando e andando do mesmo jeito, então não funcionou. Você só mudou a decoração da sua casa. O objetivo sempre é a transformação da vida em prol do outro. Se ficar igual, não está dando certo. Qualquer prática para virar hábito demora. O livro é composto por 20 práticas de atenção. Todas são práticas que podemos fazer no dia a dia. É sobre debater menos, emitir menos opinião, aceitar a realidade, ficar mais no silêncio, ser generoso com o outro… Todas são práticas que podemos fazer no dia a dia. Mas é um trabalho. É um começo. É você ler para praticar. São coisas bobas, do tipo: se abrir para pessoas que vêm falar com você. Por exemplo, ando na rua, em São Paulo e no Rio de Janeiro, desviando olho de mendigo que vem falar comigo. Sempre que alguém vinha falar comigo, eu respondia: Não posso. Então me impus a seguinte regra: não vou invisibilizar ninguém. Qualquer pessoa que venha falar comigo, não vou nem mentir nem invisibilizar ninguém. Eu paro e falo: ‘moço, diga, me conta a sua história’. Não faz diferença se é mentira ou verdade. Tem um ser humano ali que veio falar comigo. Sou um ser humano igual e ele. Na medida do meu possível, vou parar e no mínimo ouvir o que ele tem para dizer. E no mínimo vou dizer não. Vou tratar como uma pessoa. E não vou mentir para ele. Se eu tiver R$ 5, eu dou. Mesmo se for mentira. Alguma coisa deu errada para ele estar na rua inventando aquela mentira. De um jeito ou de outro, é uma pessoa que precisa de ajuda. Se a história é verdadeira ou não, o fato é que a vidad dele chegou num ponto em que precisa ir para a rua para mentir. Se não quiser dar dinheiro, só falo: ‘Desculpa, não vou dar, com licença’. Eu me odiava andando pela rua invisibilizando pessoas, querendo não falar. Isso é uma prática de atenção que tenho feito. Não recomendo para todo mundo. E sei que isso é também um pribilégio masculino. Sou um cara branco, privilegiado e homem. Tudo que falo neste livro é para mim. Essas práticas eu inventei para resolver os meus problemas. Tem uma prática de acumular menos porque sou um cara mimado e consumista. Tem uma prática de aceitar a realidade porque sou um cara mimado que quer sempre as coisas do meu jeito. Mas não digo que ninguém tem que seguir essas práticas, ainda mais vivendo em um país pobre. Tento acumular menos porque eu sou uma pessoa consumista e acumuladora. Jamais diria para uma pessoa pobre que está saindo da pobreza que ela tem de acumular menos. Tem também a prática de ser mais generoso. Jamais diria para um negro ou para uma mulher que eles têm de ser generosos com alguém que os agrediu. O livro sou eu falando o que eu faço. Faço isso sendo a pessoa que sou. Vai caber a cada leitor e leitora dizer o que pode ou não fazer, seja porque não quer, seja porque não faz sentido na vida dessa pessoa. O livro é um livro político. Foi muito importante não ser livro alienadinho de burguês odara. O livro a todo momento lembra a pessoa leitora que tem gente lá fora sem ter o que comer. O único objetivo de querer praticar mais atenção é poder cuidar das pessoas que têm menos do que a gente de qualquer maneira possível e imaginada. Se forem coisas que faço por mim e para mim, não faz sentido. É por isso que o subtítulo é ‘Por uma política do cuidado’. A coisa toda é política.
6. Política no sentido de ser engajada e sair do eu?
Não existe política individual do eu sozinho no mato. Quando falo política, é engajamento no mundo com essas pessoas que não sou eu. Neste sentido, o livro é todo político porque sempre vai bater na tecla: é muito legal você ser empático, mas o que você está de fato fazendo? Com quem você está interagindo?
7. Quais questionamentos seriam importantes que as pessoas se fizessem para sair do encastelamento da autoajuda?
O livro é sobre práticas de atenção. A ideia é ser um livro prático, sugerindo 20 práticas que qualquer pessoa pode fazer no dia a dia para prestar mais atenção no outro, se ouvir, falar melhro… De várias maneiras diferentes. Acho muito legal a gente se autodesenvolver, ter empatia. Mas a ideia central do livro é que tudo isso, se não levar à ação concreta, é complacência de pessoa privilegiada e rica. Ir para a Índia e botar o Buda na sala não muda nada. Essas práticas são sugestões que são só o começo do começo do começo. A 20ª pratica é dar um passo. As 19 práticas primeiras são preparações para levar a pessoa para chegar em uma condição e um momento de poder dar um passo de forma mais efetiva. E muito importante é dizer que eu nunca digo para as pessoas o que elas devem fazer. Vou sugerir práticas que faço, tipo tentar ouvir mais e enxergar mais. Não são nem 20 práticas que faço, mas que tento fazer, melhor dizendo. Não sou um mestre ensinando para as multidões como ser perfeito. Não domingo essas 20 práticas. Bolei as práticas porque acho que eu, arrogante, vaidoso, narcisista, mimado e egocêntrico, acho que preciso delas. Não são 20 práticas que dominei e que ensino para quem não sabe. São 20 práticas que pratico todo dia porque sou todo errado e estou tentando deixar de ser.