Nas gravações há os sons naturais do ambiente, incluindo o gorgeio de pássaros que rodeiam o templo do Caminho do Meio.
Como usar os conteúdos dessa linha temática
A melhor opção é seguir os conteúdos de modo organizado, com horários pré-definidos, iniciar com as preces de refúgio, recitar os mantras do Guru e de Prajnaparamita, manter 30 minutos de Shamata, estudar e contemplar os conteúdos no tempo que puder dispor, finalizar com as preces de dedicação. Os conteúdos devem ser visitados sucessivamente de modo circular, ou seja, ao final do último capítulo retomar desde o primeiro por pelo menos três vezes. A contemplação é algo crucial e transformador, assim deveria ser entendido que o néctar das instruções e visões que o Buda apresentou a nós deveria ser bebido diretamente e a contemplação é a forma indicada por ele para tal. Caso aspire engajar-se em retiros médios e longos, deveria realmente dedicar-se previamente a contemplar e praticar dentro dessa linha temática.
Índice
Capítulo 1 – Contexto Contemporâneo e seus DesafiosCapítulo 2 – A Primeira Nobre Verdade, Meditação, Originação Dependente, Liberdade e Contemplação
Capítulo 3 – A Prática da Contemplação
Capítulo 4 – A Roda da Vida e os Seis Reinos
Capítulo 5 – A Roda da Vida, Os Doze Elos e o Caminho do Bodisatva
Capítulo 6 – A Importância de Contemplar as Três Primeiras Nobres Verdades
Capítulo 7 – O Caminho Internalizador
Capítulo 8 – Primeiro ao Quinto Passo do Nobre Caminho de Oito Passos – Requisitos para Retiros
Capítulo 9 – Quinto Passo do Nobre Caminho de Oito Passos – Bodicita
Capítulo 10 – Visão de Terra Pura
Capítulo 11 – Sexto Passo do Nobre Caminho – Shamata
Capítulo 12 – Visão do Caminho e Extinção
Capítulo 13 – Iluminação da Sabedoria Primordial – Visão
Capítulo 14 – Contextualização do Estudo
Capítulo 15 – Contextualização do Trajeto Percorrido
Capítulo 16 – Iluminação da Sabedoria Primordial – Meditação
Capítulo 17 – Iluminação da Sabedoria Primordial – Ação
Capítulo 18 – Iluminação da Sabedoria Primordial – Fruição
Capítulo 19 – A Motivação e o Caminho
Capítulo 20 – As Crises Desafiadoras Atuais
Capítulo 1
Contexto Contemporâneo e seus Desafios
Muitos diferentes ensinamentos foram oferecidos pelo Buda e por grandes mestres subsequentes a ele. Presentemente esses ensinamentos se encontram com um mundo aparente muito diferente das visões antigas com as quais o budismo já se encontrou. Nesse capítulo inicial vamos descrever a perspectiva de unidade e profundidade dos ensinamentos, onde os aspectos introdutórios e os aspectos últimos estão integrados em suas qualidades e capacidades de produzir benefícios.
Voltar ao ÍndiceCapítulo 2
A Primeira Nobre Verdade, Meditação, Originação Dependente, Liberdade e Contemplação
O Buda enfatiza diretamente a contemplação da realidade circundante e também do corpo, dos estados emocionais e da mente. A ênfase na meditação surgirá mais adiante, na quarta nobre verdade, dentro do sexto passo do nobre caminho de oito passos.
Na linguagem do Cebb, para termos êxito no caminho da meditação e da lucidez, precisamos ultrapassar as bolhas que produzem o samsara, ou seja, o envolvente sentido confuso da realidade. A contemplação da roda da vida em suas várias partes e da primeira nobre verdade nos habilita a quebrar o automatismo desavisado com respeito às aparências externas e às visões e disposições internas.
Ainda que o Buda nos apresente visões elevadas e libertadoras, seus ensinamentos nos conduzem a desenvolver essas visões de modo verdadeiramente autônomo através da contemplação.
Voltar ao ÍndiceCapítulo 3
A Prática da Contemplação
Caminho Internalizador e Caminho Externalizador, como olhar para dentro. Esses ensinamentos nos colocam no lugar onde o Buda desenvolveu suas visões e passamos a ver da forma como ele descreve – a isso chamamos contemplação.
Se entendermos os ensinamentos do Buda, teremos grande benefício, entretanto se não os contemplarmos encontrando a verdade desses ensinamentos diretamente nas aparências com as quais lidamos, estaremos desabilitados para sustentar a lucidez em meio a vida.
A contemplação é a grande prática de transformação tanto interna como externa, ou seja, o próprio mundo como o experimentamos.
Voltar ao ÍndiceCapítulo 4
A Roda da Vida e os Seis Reinos
Sofrimento sensorial e sofrimento estrutural. O Samsara é a apresentação da luminosidade da mente e energia brotando da natureza livre incessantemente presente. Os seis reinos surgem como experiência natural dos seres correspondentes e seus focos estreitos. Todos os reinos são produzidos do mesmo modo, com o mesmo material luminoso.
Os reinos são naturalmente surgidos como experiências psicóticas cujos seres não percebem suas limitações e apenas buscam transmigrar para outras experiências que surgem como ambientes externos. Isso se aplica a todas formas de experiência dos mundos como os entendemos de modo convencional.
É uma questão ampla que trata de lucidez e liberdade, não é uma questão religiosa – podemos acessar esses ensinamentos na perspectiva da verdadeira educação libertadora.
Voltar ao ÍndiceCapítulo 5
A Roda da Vida, Os Doze Elos e o Caminho do Bodisatva
A vacuidade e a luminosidade produzindo os mundos luminosos em sua multiplicidade. O surgimento da ignorância avydia e seu desdobramento progressivo. O estabelecimento da experiência individual em doze elos.
A inevitável frustração proveniente da busca pelos mundos de felicidade e não sofrimento, e pelo engajamento em sucessivos processos de transmigração. A lucidez frente a situação de todos os seres é a base para o nascimento do Bodisatva.
Havendo esse nascimento, os Bodisatvas se engajam em ações meritórias e naturalmente ficam livres dos impulsos que originariam ações não virtuosas. As cinco sabedorias, as quatro qualidades incomensuráveis e as seis perfeições são a essência da manifestação dos Bodisatvas.
Voltar ao ÍndiceCapítulo 6
A Importância de Contemplar as Três Primeiras Nobres Verdades
A contemplação das Três Primeiras Nobres Verdades enunciadas pelo Buda produzem a visão profunda e lúcida frente ao Samsara, trazem o vislumbre da natureza última, condições indispensáveis para o nascimento do Bodisatva e seu caminho iluminador. Não havendo esse amadurecimento da contemplação das três primeiras nobres verdades, o caminho da meditação fica obstaculizado.
O caminho não progredirá efetivamente se nossa visão de mundo for a visão comum dentro da qual surgem e são acolhidos os impulsos usuais do Samsara.
Voltar ao ÍndiceCapítulo 7
O Caminho Internalizador
A grande importância da contemplação das várias experiências usualmente tidas como comuns e que justo por isso, guardam em si respostas automatizadas que nos reconectam ao Samsara.
A naturalidade e o aparente bom senso de seu surgimento e operação faz com que essa reconexão ao Samsara seja produzida sem que nos demos conta disso. A contemplação dessas experiências desde a visão internalizadora, incluindo nosso próprio corpo, suas partes, suas sensações, tendências e prioridades, bem como as aparências vistas como externas, é essencial para que possamos iluminar os obstáculos dos impulsos automatizados, energias condicionadas, e então progredir no Nobre Caminho de Oito Passos.
Voltar ao ÍndiceCapítulo 8
Primeiro ao Quinto Passo do Nobre Caminho de Oito Passos – Requisitos para Retiros
A maturidade da compreensão da origem dos obstáculos à visão lúcida e ao surgimento do Samsara, dá origem à certeza com respeito a possibilidade de liberação e iluminação. Como resultado brota a clareza da falta de sentido em buscar as metas e objetivos das visões limitadas. Isso não é uma idealização e nem é uma teoria, é uma realização natural. Disso surge Bodicita, surgem os Bodisatvas sobre um lótus enraizado no lago do sofrimento e das emoções perturbadoras, Bodisatvas que seguirão por completo o caminho até o resultado final.
O funcionamento da energia passa a operar diretamente desde a natureza livre da mente como manifestação de Bodicita e não mais na dependência dos doze elos da originação dependente, através dos vedanas. Isso em si já é uma liberação. Através de Bodicita o Bodisatva segue o caminho do primeiro ao quinto passo do nobre caminho, naturalmente, sem esforço, evita as ações negativas e promove as ações positivas. Essa realização se torna uma exigência para a sequência do caminho. Na falta disso, o praticante fica vulnerável a fixar-se novamente ao Samsara e suas identidades luminosas, sem entender a razão pela qual perde sua aparente realização.
Voltar ao ÍndiceCapítulo 9
Quinto Passo do Nobre Caminho de Oito Passos – Bodicita
A maturidade da compreensão da origem dos obstáculos à visão lúcida e do surgimento do Samsara, dá surgimento à mente Bodicita. A ação em meio ao mundo converge para as cinco sabedorias, as quatro qualidades incomensuráveis e as seis perfeições.
A roda da vida e a ação baseada nos doze elos e nas dez ações não virtuosas perde o poder de produzir confusão e sua energia se reduz. O brilho compassivo sustenta o coração do praticante e sua vontade de compreender em profundidade todas as experiências e verdadeiramente desenraizar os impulsos aflitivos sustenta sua ação e sua energia. O praticante verdadeiramente gera méritos e evita criar sofrimentos.
Voltar ao ÍndiceCapítulo 10
Visão de Terra Pura
Descrição do que foi feito até agora e que compreensão foi desenvolvida. O Buda nos apresentou aspectos de como a realidade interna e externa opera em nossas vidas. Nos colocou na posição de observadores de nós mesmos. Seguimos o caminho internalizador, entendendo o mundo interno e passando a dispor dos elementos que encontramos. Surgiu uma outra visão de mundo, uma terra pura, advinda da compreensão profunda das nossas vidas.
É dentro dessa terra pura que faremos as práticas de meditação. Se praticarmos dentro das bolhas usuais da roda da vida não teremos êxito. Quando o Buda descreve a roda da vida, ele fala desde o local livre que também está disponível para nós – esse é o ensinamento secreto que ele dá pelo próprio exemplo. Ele descreve o que nos ensinamentos de Garab Dorje chama-se de Visão, que evolui para Meditação, Ação e Fruição.
Voltar ao ÍndiceCapítulo 11
Sexto Passo do Nobre Caminho – Shamata
Nosso objetivo é avançar em direção ao sétimo passo. Precisamos inicialmente remover o obstáculo de ver a meditação como objetivo em si mesmo. Os ensinamentos do Buda sobre a respiração introspectiva nos ajudam a aprofundar a experiência de lucidez no caminho internalizador. São guias de contemplação que nos ajudam a ver internamente e manter a liberdade de seguir ou não seguir os impulsos que surgem junto com as visões.
É o exercício da liberdade natural, presente sem conteúdo dual, vazia, luminosa, criadora, lúcida, além de ligação, rejeição ou indiferença com respeito as aparências. Esse processo profundo inicia quando sentados serenos, inspiramos e expiramos e nos tornamos conscientes dos conteúdos internos e externos inseparáveis, um a um, calmamente. Assim praticamos o sentar calmo e lúcido de todos os Budas.
Voltar ao ÍndiceCapítulo 12
Visão do Caminho e Extinção
Como se dão as várias etapas do caminho, uma possibilitando a outra através da ampliação progressiva da visão que serve de base para a ampliação subsequente. Adotamos as quatro Nobres Verdades e o Nobre Caminho de Oito Passos como a linha temática do caminho e os vários ensinamentos adicionais de outros mestres e ensinamentos mais recentes são incluídos como comentários e extensões que visam detalhar.
Não é suficiente que a visão do Buda chegue a nós como uma informação. É passada a nós como uma visão que será copiada enquanto um método para nós mesmos passarmos a ver diretamente. Por vezes ficamos limitados ao que ouvimos e o respeito e devoção que desenvolvemos parece o suficiente. Em verdade o Buda nos convida a nós mesmos vermos. Se não desenvolvermos a visão ampla das coisas como verdadeiramente são, seguiremos com a visão limitada que temos, a visão desde avydia, os seis reinos, o samsara – o sofrimento duka e a transmigração sem fim são os resultados e explicam nossa atual experiência de vida.
Aqui o mapa do nosso treinamento até a culminância, a extinção, a fruição não-dual que permite o movimento naturalmente presente e lúcido em todas as circunstâncias – o mapa é insuficiente, é preciso ser percorrido enquanto trajeto.
Voltar ao ÍndiceCapítulo 13
Iluminação da Sabedoria Primordial – Visão
Aqui tomamos como eixo os ensinamentos de Dudjom Rinpoche que estão apresentados enquanto o texto “Iluminação da Sabedoria Primordial” e seguimos até a parte “Visão”. Os ensinamentos são apresentados através do texto e comentários que clarificam o conteúdo dentro da nossa linguagem e conectam a linha temática das Quatro Nobres Verdades e do Nobre Caminho Óctuplo do Buda Sakiamuni. O item 1. A Preparação: Preparando a base, Shamata é apresentado, onde é descrita a prática e o controle de qualidade correspondente a realização dessa prática do “calmo repousar”(shamata).
O estudo aborda o item 2. A Parte Principal, Gerando a Sabedoria Vipassana, em sua primeira parte 1. Reconhecer a Visão. Essa primeira parte tem três partes também, todos abordados até o final: 1. Reconhecer a natureza dos objetos percebidos como externos, 2. Reconhecer a natureza da mente interna que percebe, e 3. Reconhecer a visão proveniente do estado natural.
Culminamos com a apresentação de Darmata, que é a “visão da Grande Perfeição além da mente ordinária”.
Voltar ao ÍndiceCapítulo 14
Contextualização do Estudo
Relembramos rapidamente a perspectiva do conjunto dos estudos que estão sendo apresentadosdentro dessa linha temática das Quatro Nobres Verdades e do Nobre Caminho de Oito Passos.
Voltar ao ÍndiceCapítulo 15
Contextualização do Trajeto Percorrido
Seguimos aqui refletindo sobre o que foi apresentado e os sinais da nossa prática. O exame das identidades, sua vacuidade e luminosidade, seu surgimento e cessação, e o que somos além das identidades. A visão de vacuidade como o Buda apresentou. A importância da contemplação e o surgimento da visão. Nascimento no lótus com a visão e liberdade do Bodisatva. Os obstáculos como caminho, sua inseparatividade do ambiente. O princípio da lucidez vital de Dorje Drolo e a visão do Buda Sakiamuni. O amadurecimento progressivo da visão que avança nessa direção através da contemplação e meditação.
Voltar ao ÍndiceCapítulo 16
Iluminação da Sabedoria Primordial – Meditação
Avançamos aqui no estudo da linha temática das Quatro Nobres Verdades e do Nobre Caminho Óctuplo, seguindo o texto de Dudjom Rinpoche agora no item 2. A Parte Principal, Gerando a Sabedoria Vipassana, após visão, entramos agora em meditação, trazer a visão ao coração: 2. Trazê-la ao coração através da meditação.
Começamos aqui: “O passado cessou, o futuro ainda não surgiu, essa presente lucidez Rigpa, nua e vazia – tome-a como o caminho.” Finalizamos com a descrição de zangthal, a experiência de abertura que tudo penetra.
Voltar ao ÍndiceCapítulo 17
Iluminação da Sabedoria Primordial – Ação
Seguimos o estudo agora com Ação. Percorremos aqui o item 3. Sustentar sua Continuidade em Meio à Ação. Manter lucidez em meio ao contato dos sentidos físicos que impulsiona os doze elos da originação dependente – esse é o desafio.
Voltar ao ÍndiceCapítulo 18
Iluminação da Sabedoria Primordial – Fruição
Chegamos aqui à parte final dos ensinamentos, a fruição sem esforço ou alguém que colha qualquer resultado, remoção completa dos obstáculos, apresentação nua e clara da realidade como sempre foi, no quarto tempo além dos outros três.
Tendo compreendido e estabilizado a visão ao ponto de haver uma natural fruição lúcida, livre de enganos, centrada em uma experiência não construída da natural liberdade além das aparências, surge agora um desafio de seguir o caminho circular, girando a roda do Darma, e aplicar essa lucidez profunda para iluminar os itens de contemplação listados pelo Buda no Sutta Satipatthana e no Sutta Anapanasati, que inclui a lucidez com respeito ao corpo, emoções, disposições mentais, etc. Quando se desenvolve tal clareza, os itens apresentados pelo Buda são então vistos com grande profundidade e entendemos a impossibilidade da realização final sem dedicarmos atenção a eles – esse é um ponto essencial. Temos agora um giro adicional a percorrer.
Voltar ao ÍndiceCapítulo 19
A Motivação e o Caminho
O conteúdo dos capítulos 19 e 20 constitui parte da fala do dia 8 de dezembro, dia da iluminação do Buda. Havia muitos visitantes. O Templo do Caminho do Meio estava preenchido com as crianças, suas vozes e sua natural manifestação luminosa.
Ainda não estamos estabilizados no caminho de treinamento. Apenas levantamos um véu e espiamos adiante. O caminho é abandonado caso a motivação não seja clara. Os obstáculos não são externos e nem materiais, mas a motivação insuficiente. A essência da motivação é a visão de mundo que brota da visão interna. Essa visão precisa ser suficientemente elevada. Havendo motivação e visão elevadas, a ação que o praticante empreenderá o conduzirá na direção correta até o final do caminho, à dissolução dos obstáculos e ao lugar de onde nunca havíamos nos afastado efetivamente em tempo algum. Tudo o que foi aqui falado ao longo desses dias perde a força caso nossa motivação ou visão de mundo sejam insuficientes. Nesse caso, como meu mestre diria, pelo menos busque manifestar-se como uma boa pessoa e seus méritos se ampliarão, suas vidas serão mais felizes e equilibradas e no futuro, quando as condições amadurecerem, o caminho reaparecerá.
Voltar ao ÍndiceCapítulo 20
As Crises Desafiadoras Atuais
Muitos desafios sempre estiveram presentes. Hoje estamos vendo o surgimento generalizado de ações compassivas e amplas de auto organização e reencantamento em todas as partes do mundo. O pensamento estreito e agressivo tem menos capacidade de lidar com as dificuldades presentes. A visão ampla é melhor, mais forte. Ainda não é o tempo de degenerescência como descrito nos ensinamentos do Buda. Os ensinamentos do Buda Sakiamuni ainda estão fortes e capazes de trazer benefícios.
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